Saiba como é feito o botijão de gás
O botijão de gás, um verdadeiro herói da cozinha, transforma nossas receitas em deliciosos pratos quentes. No entanto, sua jornada da fábrica para o fogão requer um trabalho de engenharia e segurança que muitos desconhecem.O botijão de gás, um verdadeiro herói da cozinha, transforma nossas receitas em deliciosos pratos quentes. No entanto, sua jornada da fábrica para o fogão requer um trabalho de engenharia e segurança que muitos desconhecem. Neste artigo, convidamos você a explorar os bastidores desse processo fascinante. Você verá:
- como é feito o botijão de gás;
- como são os testes de segurança;
- como é produzido o gás de cozinha;
- como é o envase do gás nos botijões.
Como é o processo de fabricação do botijão de gás?
Saber como é feito o botijão de gás nos permite apreciar a importância da segurança e da qualidade em nossas cozinhas. Por trás da simplicidade desse item essencial, há uma engenharia cuidadosa que passa pelas seguintes etapas:
Etapa 1: Aquisição de matérias-primas
O processo de fabricação de botijões de gás começa com a aquisição de matérias-primas de alta qualidade. As placas de aço laminadas a frio, essenciais para a construção dos cilindros, são adquiridas de fornecedores confiáveis e podem variar em espessura, dependendo da capacidade e finalidade do botijão.
No Brasil, os padrões exigidos para a fabricação de um botijão de gás são definidos pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). A Resolução ANP nº 12, de 2008 determina que o cilindro deve:
- ser fabricado com material resistente e durável, capaz de suportar a pressão do gás;
- ser equipado com um dispositivo de segurança que evite a liberação de gás em caso de vazamento;
- ser marcado com informações sobre o fabricante, o conteúdo e as especificações técnicas.
A ANP realiza inspeções periódicas nas fábricas de botijões de gás para garantir que os produtos estejam em conformidade com os padrões estabelecidos.
Os botijões de gás também devem atender aos requisitos adicionais de design e testes da Norma Brasileira Regulamentadora (NBR) 11927, da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Ela estabelece requisitos técnicos para botijões de gás GLP de:
- 5Kg (P5), um botijão de gás portátil, usado em camping, churrascos e equipamentos como pipoqueiras;
- 13kg (P13), o tipo mais comum em residências;
- 20kg (P20), utilizado em comércios e indústrias para preparo de alimentos, aquecimento de água e outros fins;
- 45kg (P45), utilizado em indústrias para aquecimento de água, geração de energia e outros fins.
Etapa 2: Estampagem do corpo do botijão
Após a aquisição das matérias-primas, inicia-se o processo de estampagem do corpo do botijão. Nessa etapa, as placas de aço são moldadas e conformadas para criar o formato cilíndrico característico dos botijões.
Primeiramente, ocorre a perfuração, em que a estrutura recebe os furos para ventilação. Em seguida, vem a estampagem profunda, onde a chapa é moldada em uma forma cilíndrica. Posteriormente, ocorre o corte, que define o tamanho e formato do botijão. Finalmente, o acabamento é realizado para garantir a uniformidade da superfície, removendo imperfeições e rebarbas.
Esses processos são cruciais para que o botijão de gás tenha uma estrutura resistente e segura.
Etapa 3: Fabricação do anel inferior
O anel inferior é uma parte essencial da estrutura do botijão, pois proporciona estabilidade quando ele é colocado em superfícies planas. Geralmente, ele é projetado de forma a permitir a ventilação, evitando o acúmulo de umidade sob o produto — que poderia causar corrosão. Essa peça é soldada na parte de baixo do cilindro.
Etapa 4: Processo de proteção do botijão
A parte superior de um botijão de gás, também conhecida como “boca” ou “cabeça”, contém vários componentes essenciais para a segurança e funcionalidade do botijão:
- válvula: é o componente central que controla a liberação do gás e permite que o usuário abra e feche o fluxo para uso seguro;
- regulador de pressão: em alguns casos, é conectado à válvula para ajustar a pressão do gás antes de sua saída para os aparelhos;
- manômetro: alguns botijões contam com esse mecanismo que indica a pressão interna do gás e ajuda a monitorar a quantidade restante;
- anel de proteção: é responsável por proteger a válvula e outras partes sensíveis contra danos externos;
- alça de transporte: facilita o transporte e o manuseio;
- tampa de segurança: alguns botijões podem ter uma tampa que protege a válvula contra acidentes e impede sua abertura não autorizada;
Etapa 5: Montagem do botijão
A montagem é uma etapa crucial no processo de fabricação do botijão de gás. A qualidade da soldagem é essencial para a segurança do cilindro, por isso, trata-se de um processo mecanizado e automático, utilizando materiais de primeira classe.
Nesta etapa também é aplicado o anel o-ring, geralmente feito de elastômero — como borracha de silicone, neoprene ou borracha nitrílica. Ele é utilizado para garantir a vedação hermética entre diferentes partes do botijão, como a válvula e o corpo do cilindro. Isso é essencial para evitar vazamentos de gás.
Etapa 6: Tratamento térmico
O tratamento térmico é uma etapa importante para aliviar as tensões residuais no botijão após o processo de soldagem. Isso garante que o cilindro seja seguro e durável. Existem duas formas de tratamento térmico:
- forno de frequência intermediária: envolve a aplicação de calor de alta frequência por meio de bobinas ou indução;
- tratamento térmico a gás natural: o calor é gerado a partir de queimadores a gás natural, o que permite um aquecimento mais uniforme e preciso dos botijões.
A escolha entre esses métodos depende das especificações da fábrica e dos padrões de qualidade desejados.
Como são realizados os testes de segurança com botijões de gás?
Para garantir que os cilindros estejam em perfeitas condições e não apresentem riscos de vazamento, são realizados rigorosos testes de segurança:
- radiografias de raio-X para identificar quaisquer defeitos internos ou imperfeições que não seriam visíveis a olho nu;
- avaliações de desempenho mecânico para verificar a resistência e a integridade das soldas, como testes de tração e flexão;
- verificação de componentes como o já mencionado anel o-ring, que ajuda a manter a vedação hermética.
Do que é feito o gás de cozinha?
O gás de cozinha, conhecido como GLP (Gás Liquefeito de Petróleo), é uma mistura de hidrocarbonetos leves. É composto principalmente por propano e butano, gases que possuem alto poder calorífico e são ideais para uso em fogões e outros equipamentos domésticos. Ele é obtido do petróleo bruto por meio de processos de destilação e fracionamento.
Um aspecto importante para a segurança do botijão de gás é a adição de um odor característico para facilitar a detecção de vazamentos. Ele vem de um composto orgânico de enxofre chamado etil-mercaptana, um gás que se evapora rapidamente.
Quando o GLP vaza, a etil-mercaptana evapora e se espalha pelo ar, espalhando um cheiro forte e facilmente perceptível pelo olfato humano.
Como é o envase do gás de cozinha?
Agora que você sabe como é feito o botijão de gás, também vale a pena saber como é o processo de envase. Antes da inserção do gás, os botijões passam por uma inspeção visual rigorosa para garantir que estejam em perfeitas condições. Aqueles que têm amassados, ferrugem ou outros defeitos são retirados da linha de produção.
Depois, o envase é realizado por uma máquina chamada carrossel, que tem uma capacidade impressionante de encher 1.800 botijões por hora, que. Essa máquina utiliza uma carga inicial para encher a maior parte do botijão, seguida por um enchimento mais lento até atingir os 13 kg do botijão que você usa em casa.
Após o envase, os botijões passam por mais testes de segurança, incluindo a detecção de vazamentos por laser e uma nova verificação do anel o-ring. Por fim, eles são higienizados, pintados, etiquetados e lacrados antes de serem distribuídos para os consumidores.
Quer ver em detalhes como tudo isso funciona? Então confira o vídeo produzido pelo canal Manual do Mundo em parceria com a Ultragaz: